Desde a primeira semana de novembro, o leste australiano a por um incêndio florestal de grandes proporções. Autoridades locais alertam para uma possível situação de catástrofe. Pelo menos 6 pessoas já morreram em decorrência dos grandes incêndios e mais de 450 residências foram destruídas.
O impacto do fogo não se resume em aniquilar a fauna e a flora nas regiões atingidas, há também o problema da fumaça transportada pelos ventos que atingem cidades e causa problemas respiratórios nas pessoas, como em Sydney, a maior cidade do país. De acordo com o Serviço Meteorológico Nacional da Argentina (SMN), as plumas de fumaça dos incêndios no leste do continente australiano percorreram todo o oceano Pacífico Sul, chegando na Argentina no dia 14 de novembro.
The satellite imagery loop shows how wind direction at various levels of the atmosphere affects smoke movement. The low-level winds are moving the smoke plume towards the divide in NSW whereas up higher in the atmosphere, the winds are moving it out towards the Tasman Sea. pic.twitter.com/nZJZGl5FHy
— Bureau of Meteorology, Australia (@BOM_au) November 16, 2019
Os incêndios que são comuns na Austrália durante o verão, começaram mais cedo este ano. Cerca de 1 milhão de hectares já foram consumidos pelo fogo. O predomínio do tempo seco, das altas temperaturas e dos ventos fortes, agrava a propagação dos focos. No Estado de Victoria, o alerta é vermelho e a população do norte foi aconselhada a deixar suas casas em caso de ameaça de incêndio.
Dentre os animais que estão mais vulneráveis ao fogo, estão os coalas, que vivem nas florestas de pinheiros na região centro-leste da Austrália. O esforço de algumas pessoas em querer salvá-los se baseia no fato de que esta é uma espécie à beira da extinção. Na última terça-feira (19), o vídeo de uma mulher resgatando um coala em meio às chamas de um incêndio florestal viralizou. Apesar das muitas queimaduras, o animal se recupera em um hospital veterinário.
Mulher se arrisca para resgatar #coala preso em incêndio florestal #Australia pic.twitter.com/Z2m0AgP8gb
— Reuters Latam (@ReutersLatam) November 19, 2019
A configuração média do tempo entre o dia 6 de novembro até o último dia 18, exibiu um padrão favorável para o alastramento do fogo ao longo da costa oriental da Austrália. Isso porque, ao sul do país, o campo de pressão atmosférica foi responsável pela persistência de ventos de sudoeste em direção à região dos incêndios, de maneira a contribuir para o espalhamento dos mesmos.
Incêndios de grandes proporções como os que atingem a Austrália podem resultar em um fenômeno denominado tempestade de fogo. As tempestades de fogo são caracterizadas pela formação de uma nuvem chamada pirocúmulos, que surge em resposta ao forte aquecimento troposférico durante erupções vulcânicas ou grandes incêndios. O problema é que as tempestades de fogo podem potencializar os incêndios devido aos fortes ventos associados.
Perturbações em níveis mais elevados da atmosfera estarão contribuindo para a ocorrência de precipitação neste fim de semana em parte das áreas que estão sendo atingidas pelo incêndio. Contudo, as chuvas mais abrangentes nesta mesma região estão sendo esperadas com a agem de duas frentes frias, uma prevista para o dia 26 de novembro e a outra em meados do dia 1 de dezembro.