Primeiramente, vamos explicar o que é a Amazônia Legal. O termo refere-se a uma região do Brasil que abrange oito estados (Acre, Amapá, Amazonas, Mato Grosso, Pará, Rondônia, Roraima, Tocantins) e parte do Maranhão, correspondendo a 59% do território nacional. O conceito foi criado com o objetivo de promover o desenvolvimento sustentável e inclusivo da região, bem como integrar a base produtiva regional na economia nacional e internacional.
E segundo dados do Sistema de Alerta de Desmatamento (SAD) do Imazon (Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia), a Amazônia Legal bateu um recorde de degradação das florestas em 2025: teve um aumento de 482% em relação ao ciclo anterior. Este é o maior índice já registrado na série histórica dos dados.
Este ano foi um total de 33.807 km² de áreas degradadas, enquanto que no ano anterior foi um total de 5.805 km².
A degradação foi impulsionada principalmente por queimadas e pela extração ilegal de madeiras, atividades humanas que não só fragilizam a vegetação mas também criam condições propícias para o avanço do desmatamento.
Olhando para o último mês do ciclo deste ano, fevereiro, o estado mais afetado foi o Pará, no Norte do país, com 75% da área degradada, seguido pelo Maranhão, com 14%. Os municípios com maior impacto também estão nesses dois estados: 7 no Pará e 2 no Maranhão.
Além disso, em fevereiro de 2025 as florestas degradadas na Amazônia Legal somaram 211 km², o que representa um aumento de mais de 1000% em relação a fevereiro de 2024, quando a degradação detectada foi de 14 km².
Tais práticas humanas abrem caminho para a destruição irreversível de grandes áreas florestais, comprometendo assim a biodiversidade e os serviços ecológicos cruciais da região.
Muito se fala sobre desmatamento na Amazônia, mas pouca atenção é dada à sua degradação, onde a floresta permanece de pé, mas perde parte de seu estoque de carbono, capacidade de ciclagem de água e outras características importantes. Inclusive, a degradação liberou pelo menos tantos gases de efeito estufa quanto o desmatamento nos últimos anos, segundo estudos.
Portanto, esta situação destaca a urgência de ações efetivas para combater a degradação e garantir a conservação da Amazônia Legal, um bioma vital para o equilíbrio global do clima.
A principal diferença entre degradação florestal e desmatamento está no impacto causado à vegetação e na possibilidade de recuperação da área afetada. Ou seja:
A degradação ocorre quando a floresta sofre danos significativos, mas sem a remoção completa da sua vegetação. A área degradada pode, em alguns casos, se regenerar ou ser restaurada através de ações ambientais.
Já o desmatamento ocorre quando há a remoção total da vegetação para dar lugar a atividades como agropecuária, mineração ou expansão urbana. Diferente da degradação florestal, o desmatamento não permite a regeneração da vegetação de forma natural a curto ou médio prazo.
No caso da Amazônia Legal, a degradação muitas vezes antecede o desmatamento, pois áreas enfraquecidas por queimadas e exploração madeireira se tornam mais vulneráveis, como já comentamos anteriormente.
Degradação na Amazônia Legal bate recorde e cresce 482% em 2025. 01 de abril, 2025. Fernanda Fonseca.
Sistema de Alerta de Desmatamento (SAD) - Fevereiro de 2025. 27 de março, 2025. SAD.