Unindo nutrição, saúde e sustentabilidade, pesquisadores e quebradeiras de coco da Amazônia Maranhense desenvolveram um projeto inovador: criaram um tipo de hambúrguer feito a partir da amêndoa do coco de babaçu, uma parte do fruto que era aproveitada apenas para ração animal e considerada um resíduo.
A amêndoa está presente dentro do coco da palmeira babaçu, muito comum nas regiões Norte e Nordeste do Brasil. A partir dessa amêndoa, foi feita a farinha utilizada na receita do hambúrguer. A farinha também pode ser usada para fazer biscoitos, pães, bolos, mingaus e sorvetes.
Veja mais detalhes abaixo.
O bagaço da amêndoa do coco (aquela semente branca no interior do coco na imagem inicial deste artigo), que até então era resíduo da extração do óleo da amêndoa – foi transformado em farinha. Esta farinha foi usada como matéria-prima para o desenvolvimento do hambúrguer.
Para os desenvolvedores, o hambúrguer de coco de babaçu agrega nutrição, saúde, segurança alimentar e valorização da cultura regional, já que um dos objetivos é gerar renda para as comunidades locais, com uma produção de baixo impacto ambiental.
O outro objetivo dessa inovação culinária é atingir um público específico de consumidores, como o que tem restrições ao glúten ou à lactose.
“Promovemos a interação de conhecimentos técnicos e tradicionais para aumentar o valor agregado da produção artesanal e ocupar nichos de mercado específicos, como os de produtos associados à identidade sociocultural e os voltados para dietas com restrição de consumo de glúten e lactose”, comentou Guilhermina Cayres, pesquisadora integrante do projeto de pesquisa.
Para ficar parecido com a carne tradicional de hambúrguer, os pesquisadores acrescentaram casca da banana como agente estruturante junto com a amêndoa, para dar sabor e maciez ao fritar. Além disso, adicionaram farinha de arroz para dar a liga junto com os temperos, o que garante boa validade do ponto de vista de vida útil e qualidade nutricional para uma dieta vegana.
A vida útil deste hambúrguer pode chegar a 6 meses se congelado, e o percentual de proteína é de 13,17% por 100g de produto, valor adequado para o tipo de alimento.
Os hambúrgueres aram por testes de análise sensorial para ver se apresentam características sensoriais agradáveis próprias do produto, tais como cor e aparência, consistência e textura, aroma e sabor característicos e desejáveis. E sim, eles foram aprovados em todas as etapas e liberados para comercialização.
Pesquisadores usam coco babaçu para criar alimento similar a hambúrguer. 05 de março, 2025. Embrapa.
Hambúrguer de coco babaçu: como parte do produto usada para ração virou alimento humano. 05 de março, 2025. Vivian Souza.