Não apenas a temperatura média do ar no mundo está quebrando recordes, mas também os registros térmicos do oceano. Tanto é que os recordes globais da superfície do mar atingiram um novo recorde em maio e em junho estão atingindo níveis sem precedentes para esta época do ano, principalmente no Atlântico Norte.
Things began to look very unusual two months ago.
— Dr Thomas Smith (@DrTELS) June 10, 2023
Today the charts need no commentary, they speak for themselves.
This is the Atlantic. https://t.co/P26XnJmKj6 pic.twitter.com/Xin8kUT3Fr
As temperaturas extraordinárias da superfície do mar estão "soando alarmes", de acordo com Anthony Rea, diretor de infraestrutura da Organização Meteorológica Mundial (OMM).
“A nível mundial, as temperaturas da superfície do mar estão, em média, 0,2 graus mais quentes do que no mesmo período do ano ado. Isso pode não parecer muito, mas considere a área total da superfície dos oceanos globais e sua capacidade de calor, de modo que representa uma enorme quantidade de energia térmica absorvida pelo oceano”, disse Rea.
O oceano absorve mais de 90% do excesso de energia das atividades humanas. O desequilíbrio energético da Terra continua crescendo e, como resultado, o calor do oceano e as temperaturas da superfície do mar aumentam.
Em meio a temperaturas excepcionalmente altas em maio na América do Norte, várias centenas de incêndios florestais eclodiram nas florestas canadenses, causando uma deterioração generalizada da qualidade do ar em grande parte do Canadá e dos Estados Unidos.
Essa é apenas uma das muitas consequências que tem no clima, porque nem vamos falar do impacto na biodiversidade.
Em outro sinal de que a mudança climática continuará acelerando, os níveis de gases de efeito estufa estão quebrando recordes. Os níveis de dióxido de carbono (CO2) medidos no observatório de Mauna Loa, no Havaí, atingiram um pico de 424 partes por milhão em maio, continuando um aumento constante em um território que não se havia visto em milhões de anos, segundo a istração Oceânica e Atmosférica Nacional (NOAA).
As descobertas são particularmente preocupantes, uma vez que o tempo de vida do CO2 na atmosfera dura muitas décadas, comprometendo o planeta com o aquecimento futuro.