O rover Curiosity da NASA foi construído no Laboratório de Propulsão a Jato (JPL), que é gerenciado para a agência pelo Instituto de Tecnologia da Califórnia (Caltech) em Pasadena, Califórnia. O JPL supervisiona as missões Curiosity e Mars Reconnaissance Orbiter para a Diretoria de Missões Científicas da NASA em Washington, como parte do Programa de Exploração de Marte da agência. A Universidade do Arizona, em Tucson, opera o experimento HiRISE, construído pela empresa BAE Systems em Boulder, Colorado.
Como parte da missão do Laboratório de Ciências de Marte (MSL) da NASA, o Curiosity foi o maior e mais capaz rover já enviado a Marte quando foi lançado em 26 de novembro de 2011 e pousou com sucesso na Cratera Gale em 6 de agosto de 2012.
O MSL avalia se Marte já teve um ambiente capaz de sustentar vida microbiana. Determinar a habitabilidade ada do planeta dá à NASA e à comunidade científica em geral uma melhor compreensão da possibilidade de ter existido vida em Marte e onde procurá-la no futuro.
Esta é uma das descobertas mais recentes. O Curiosity detectou ondulações nas rochas da Cratera Gale que mostram que a água marciana estava em contato direto com a atmosfera.
O Curiosity identificou um conjunto de ondulações em 2022 em uma região conhecida como Prow, uma área que antigamente abrigava dunas impulsionadas pelo vento. Um segundo conjunto de ondulações, encontrado na faixa rochosa chamada Amapari Marker Band, sugere a existência de um lago com até 2 metros de profundidade, mas de um período mais tardio na história climática de Marte.
Um estudo liderado por cientistas do Caltech indica que, há cerca de 3,7 bilhões de anos, Marte tinha água líquida em contato direto com sua atmosfera. Isso desafia teorias anteriores de que apenas gelo poderia ter existido na superfície marciana.
Em 2014, o Curiosity já havia identificado sinais de lagos de longa duração, mas esta nova descoberta é a primeira evidência de lagos abertos ao ar. Missões marcianas anteriores, como a Opportunity em 2004, identificaram ondulações formadas por água corrente, mas nenhuma evidência clara de lagos abertos e sem gelo — até agora. O Curiosity os encontrou.
Uma descoberta recente do Curiosity entusiasmou a comunidade científica: foram encontradas as maiores moléculas orgânicas já detectadas no Planeta Vermelho. Esses novos compostos orgânicos contêm 10, 11 e 12 átomos de carbono, levando os cientistas a acreditar que sejam fragmentos de ácidos graxos preservados nas amostras do rover.
Anteriormente, o Curiosity havia encontrado moléculas orgânicas mais simples em Marte. No entanto, a descoberta desses compostos mais complexos representa um grande avanço. Essas moléculas indicam que a química orgânica em Marte pode ter atingido a complexidade necessária para o surgimento da vida.
Scientists studying samples aboard the @MarsCuriosity rover have found the largest organic compounds on Mars so far. This raises intriguing possibilities in the search for past life and bodes well for plans to bring @NASAPersevere's samples to Earth. https://t.co/LiXs4y1MZ2 pic.twitter.com/njZgUbd2x7
— NASA Mars (@NASAMars) March 24, 2025
O estudo também oferece esperança para a descoberta de bios — moléculas que só podem se formar na presença de vida. Isso é significativo porque, até agora, os cientistas temiam que a intensa radiação e oxidação marcianas pudessem ter destruído tais compostos ao longo de milhões de anos.
Nuvens em tons de vermelho e verde flutuam pelo céu marciano em uma série de imagens capturadas pelo Curiosity usando sua Mastcam, o principal conjunto de "olhos". Tiradas ao longo de 16 minutos em 17 de janeiro de 2025, as imagens mostram nuvens noctilucentes — latim para "brilho noturno" — tingidas pela luz solar ao pôr do sol.
Às vezes, essas nuvens chegam a formar um arco-íris de cores, produzindo nuvens iridescentes ou "madrepérola". Tênues demais para serem vistas à luz do dia, elas só são visíveis quando as nuvens estão especialmente altas e a noite já caiu.
As nuvens marcianas são feitas de gelo de água ou, em altitudes mais elevadas e temperaturas mais baixas, de gelo de dióxido de carbono (CO₂). A atmosfera de Marte é composta por mais de 95% de dióxido de carbono. Somente essas nuvens de CO₂ produzem iridescência e podem ser vistas perto do topo das novas imagens, em altitudes entre 60 e 80 km.
Conhecemos Marte como o Planeta Vermelho porque é assim que ele aparece no céu noturno visto da Terra. Mas perfurar um pouco abaixo da superfície revela uma paleta muito mais diversa.
O Curiosity realizou perfurações bem-sucedidas cerca de 49 vezes; os sedimentos revelam uma gama de cores que vai do vermelho ocre ao cinza-azulado, refletindo os minerais e fluidos que interagiram com as rochas antigas. Isso permite que os cientistas explorem além da camada superficial oxidada, exposta à radiação cósmica.
Não há chuva na atmosfera de Marte, e é por isso que a poeira se acumula em sua superfície. A luz solar aquece o solo, criando ventos que podem formar grandes redemoinhos de poeira conhecidos como vórtices. Estes são quase invisíveis, mas quando um vórtice forte se move sobre terrenos empoeirados, as partículas que ele levanta tornam sua forma visível.