Por ano são registrados cerca de 300 mil tremores de terra em todo o planeta. Muitos deles não são perceptíveis pelo ser humano, enquanto outros causam destruição e milhares de mortes. Os terremotos são imprevisíveis e podem ocorrer com diferentes intensidades e em intervalos de tempo.
Embora os abalos sísmicos possam ocorrer no mundo todo, alguns países apresentam atividade sísmica significativamente maior devido à proximidade de grandes falhas geológicas e limites de placas tectônicas.
Um sismo é um fenômeno natural resultante de uma rotura, mais ou menos violenta, no interior da crosta terrestre, correspondendo à liberação de uma grande quantidade de energia, e que provoca vibrações que se transmitem a uma vasta área circundante.
Eles podem afetar qualquer lugar do planeta e em qualquer momento e são uma das forças mais poderosas e destrutivas do planeta, com capacidade para causar danos em diversas infraestruturas e até mortes, além de poder desencadear tsunamis e movimentos de massa.
Na maior parte dos casos os sismos ocorrem devido a movimentos ao longo de falhas geológicas existentes entre as diferentes placas tectônicas que formam a região superficial terrestre, e que se movimentam entre si. Mas também podem ocorrer movimentos de falhas existentes no interior das placas tectônicas.
Existem outros fatores que podem aumentar a probabilidade de ocorrência de terremotos, como a atividade vulcânica e os movimentos de material fundido em profundidade.
O último abalo sísmico ocorrido em Myanmar não ocorreu por acaso, uma vez que o país se situa na intersecção de várias placas tectônicas, o que o torna muito propenso à atividade sísmica: as placas Eurasiática, do Pacífico, Filipina e Indo-Australiana.
Os terremotos afetam milhões de pessoas ao redor de todo o mundo e ocorrem em qualquer lugar. Das áreas mais propensas à ocorrência destes fenômenos destacam-se o Anel de Fogo do Pacífico, onde ocorrem aproximadamente 81% dos maiores sismos do mundo; o Cinturão Alpino, que se estende de Java a Sumatra e a pelo Himalaia, Mediterrâneo e Atlântico; ou a Dorsal Mesoatlântica, a maior cordilheira submersa do mundo, que marca o ponto de divergência de duas placas tectônicas: a Norteamericana e a Euroasiática.
A National Oceanic and Atmospheric istration (NOAA) dos Estados Unidos da América, organizou uma lista dos países com mais sismos registrados entre os anos de 1990 e 2025, e que cumprem pelo menos um destes critérios: ter tido um terremoto de magnitude 7,5 ou superior na escala de Richter; ter sido gerado um tsunami; ter provocado danos de pelo menos um milhão de dólares; tenha causado dez ou mais mortes; entre outros fatores.
Assim, destacam-se China (187 terremotos neste período), Indonésia (173), Irã (112), Japão (103), Estados Unidos (79), Turquia (65), Índia (59) e Filipinas (55).
A China registrou o maior número de sismos desde 1990 e é considerada um dos países mais propensos a este tipo de fenômeno no mundo. Já Myanmar (com 15 eventos nos últimos 35 anos) não figura nem nos primeiros vinte países com o maior número de terremotos registrados, mas está classificado em 27º lugar.
Além de Myanmar estar localizado na intersecção de placas, a falta de aplicação de normas construtivas prejudica a segurança e a integridade das mesmas e, consequentemente, também a dos seus habitantes. O país está isolado do resto do mundo e é governado por uma junta militar desde 2021.
As técnicas de prevenção, mitigação e preparação são comprovadamente cruciais para reduzir danos causados por terremotos e salvar vidas, tais como exercícios e simulacros, códigos construtivos de propensão antissísmica, sistemas de alerta e aviso de terremotos e tsunamis e planejamento de resposta a acidentes graves ou catástrofes.
Após tragédias anteriores, países como Indonésia e Chile fortaleceram os seus sistemas de alerta e aviso, resultando em reduções significativas na mortalidade, mas a situação isolada de Myanmar faz temer que não sejam tomadas as medidas necessárias para tornar as consequências menos críticas.