Nos últimos 3 bilhões de anos, a interação entre os seres vivos e o clima controlou as condições ambientais de todo o planeta. Mesmo quando falamos apenas dos seres humanos, nossa atividade sempre causou impactos significativos no planeta.
Para que estas atividades humanas não desencadeiem mudanças drásticas no meio-ambiente e no clima, as interações com o planeta precisam ser respeitadas e mantidas dentro de limiares aceitáveis.
No entanto, um novo estudo publicado este mês na Science Advances mostra que, infelizmente, isso não é bem o que está acontecendo: Estamos à beira de um colapso.
O estudo identificou nove fronteiras ou limiares planetários, que representam componentes do ambiente global responsáveis por regular a habitabilidade do planeta. De uma maneira simples, quanto mais violados os componentes forem, mais inóspito o planeta se tornará para nós.
Quando um componente ultraa o limite seguro de operação (a fronteira planetária), ele se torna um risco que pode comprometer a sobrevivência dos seres humanos.
E infelizmente, de acordo com o estudo, seis dos nove componentes listados já estouraram o limite seguro de operação. São eles:
Os três componentes que ainda estão operando dentro do limiar seguro são:
Cruzar uma fronteira planetária, por si só, não significa que haverá um desastre. Mas é um sinal de alerta. É quase como se estivéssemos medindo a pressão arterial do planeta: Uma pressão acima de 12/8 não é garantia de um ataque cardíaco, mas aumenta consideravelmente o risco de um.
Os resultados deste estudo ressaltam a importância de se desenvolver modelos capazes de analisar a interação entre diferentes fronteiras planetárias, que não se restrinjam apenas às mudanças climáticas.
E, claro, o estudo também mostra que é urgente limitar os nossos impactos no meio-ambiente se não quisermos que a Terra sofra um ataque cardíaco. Precisamos agir, e rápido.