O inverno de 2022 até o momento vem se comportando como o esperado para a estação para boa parte do país, com o registro de temperaturas baixas no centro-sul, chuvas na Região Sul e tempo seco no centro-norte.
No entanto, condições extremas também foram registradas, com chuvas volumosas no leste do Nordeste e na Região Sul, na qual também ocorreram intensas tempestades. Além disso, precipitação de fraca a moderada intensidade atingiram parte do Sudeste, onde nesta época do ano não é muito comum ocorrerem chuvas.
O mês de julho promete manter o padrão de inverno durante boa parte dos dias, com a atuação de massas de ar polar e chuvas no centro-sul. No entanto, esses eventos podem ocorrer de forma intensa proporcionando geadas abrangentes e tempestades severas.
As anomalias de temperatura do modelo ECMWF para as quatro semanas do mês apontam um padrão bastante interessante, principalmente na primeira quinzena.
Na primeira semana, intensas anomalias positivas trazem a expectativa de um período bastante quente entre 04 e 11 de julho, proporcionado pela atuação de um bloqueio atmosférico. Ao analisarmos as temperaturas máximas projetadas para o período, as máximas ficam próximas dos 30°C em várias regiões do Sul do Brasil e am facilmente desse limiar, chegando próximos dos 40°C no Centro-Oeste e em parte da Região Norte.
️ Bloqueio atmosférico se mantém até a segunda semana de julho e contribui para temperaturas muito elevadas em boa parte do país no período de 04 a 09 pelo menos.
— Meteored | Tempo.com (@MeteoredBR) June 29, 2022
Calor em pleno inverno e máximas que, até o momento, podem chegar aos 38°C no Brasil Central. pic.twitter.com/UCoccSyf7Y
Já nas semanas seguintes as anomalias já são menos intensas, no entanto, quando tratamos de um mês frio, como julho, e há sinais de condições mais frias expressas pelas anomalias negativas, há potencial para eventos intensos de frio.
A previsão de curto prazo do modelo ECMWF prevê até 10 dias à frente e ainda não conseguimos enxergar o padrão de temperatura na segunda semana. No entanto, o modelo GFS prevê até 15 dias e, aí sim, é possível detectar uma intensa massa de ar polar por volta do dia 12. Até o momento, há potencial para temperaturas negativas em boa parte da Região Sul, o que traz elevado risco para formação de geadas abrangentes no Rio Grande do Sul, em Santa Catarina e no Paraná.
Na segunda quinzena do mês, há a expectativa de manutenção do frio, mas ainda não se pode afirmar que uma intensa massa de ar polar irá atuar. De qualquer forma, o calor será ageiro e, na maior parte dos dias, as temperaturas seguirão um padrão esperado de inverno.
Como já sabemos, um bloqueio atmosférico se estabeleceu e deve perdurar até a segunda semana de julho, quando uma intensa massa de ar polar pode começar a avançar pelo centro-sul do Brasil.
No entanto, um sistema frontal deve atuar também e, em virtude do intenso contraste térmico, há potencial para novos episódios de tempo severo na Região Sul durante a segunda semana do mês, que incluem intensas tempestades e queda de granizo. Chuvas intensas já podem ocorrer no Rio Grande do Sul entre os dias 05 e 06. No Sudeste e Centro-Oeste, há potencial para novos eventos de precipitação durante a estação seca.
Para a segunda quinzena do mês, o potencial diminui, mas chuvas ainda podem ocorrer na Região Sul e em parte dos estados do Mato Grosso do Sul e de São Paulo. Já para o fim do mês, um padrão mais seco pode se estabelecer, no entanto, é muito cedo para apontar algum tipo de bloqueio atmosférico, ainda mais que o padrão de anomalia de temperatura não corresponde ao desta transição de mês.