A cidade com 12 hectares funcionou entre o final do Século VI e VIII, antecedendo a civilização islâmica, de acordo com o Departamento de Turismo e Arqueologia de Umm al-Quwain (Emirados Árabes Unidos).
As investigações revelam que a cidade é uma das maiores áreas urbanizadas já encontradas no que hoje são os Emirados Árabes Unidos, e acredita-se que tenha acolhido milhares de residentes, muitos dos quais dependiam da indústria de pérolas. Neste período, as habitações eram construídas a partir de rochas de praias e materiais locais, e os telhados feitos com os troncos de palmeiras.
Embora outras comunidades de pérolas sejam conhecidas na região, a "cidade de pérolas" da ilha de Siniyah é particularmente única.
Power, em declarações à CNN, acrescentou que a comunidade era densamente povoada, com vários tipos de habitação e grupos socioeconómicos.
A prática de pérolas, estando hoje associada a mergulhadores responsáveis pela recuperação de pérolas de ostras ou mexilhões encontrados em lagos, faz parte do patrimônio da região há mais de 7000 anos, revela o Departamento de Turismo de Umm al-Quwain. Aliás, embora se saiba da importância de outros mercados de pérolas, nesta cidade recém-descoberta era a indústria-chave e o motor da economia local.
Note-se que em tempos de pico para o mercado de pérolas, eram envolvidas na indústria um grande número de pessoas. Em Abu Dhabi, este mercado acrescentou, quase dois terços da população masculina, envolvidos na produção de pérolas.
Os primeiros artefatos encontrados nesta cidade na ilha de Siniyah, em Umm al-Quwain, fazem-nos regressar à história pré-islâmica da região em meados do Século VI. No entanto, esta investigação traz também uma síntese para o conhecimento da história local e internacional. Fazemos aqui o resumo das principais descobertas e implicações.
Por um lado, a descoberta da cidade de pérolas na Ilha de Siniyah provê pistas valiosas sobre a economia e o comércio marítimo da região durante os Século VI a VIII. A presença de grandes quantidades de conchas de ostras sugere que a cidade foi um importante centro de produção de pérolas, que eram exportadas para outras partes do mundo.
A par disso, a descoberta de artefatos importados, como cerâmicas persas e chinesas, indicam que a cidade mantinha relações comerciais internacionais, com mercados bem distantes.
Outra descoberta muito relevante trata-se da presença de um sistema de drenagem sofisticado, composto por canais e poços, que sugere um sistema urbano bem organizado e planeado. Outro indício que resulta destes levantamentos agora revelados é que os habitantes da cidade eram, naquele período, capazes de gerir os seus próprios recursos hídricos de forma eficiente.
A descoberta da cidade de pérolas na Ilha de Siniyah revela a riqueza do património histórico e cultural dos Emirados Árabes Unidos e do Golfo Arábico. A continuidade das escavações na ilha pode ainda revelar outras informações valiosas sobre a vida nesta área geográfica, além de destacar a importância da preservação do património cultural para as gerações futuras.