Em meio a tantos recordes de temperaturas que vem sendo quebrados, tanto no ar quanto nos oceanos, agora tem-se mais um: o mês de setembro de 2023 bateu o recorde mensal de temperatura, se tornando o setembro mais quente da história do planeta!
O anúncio foi feito pela Organização Meteorológica Mundial (WMO) neste 5 de outubro. Setembro de 2023 teve uma temperatura média global em superfície de 16,38°C, valor este que ficou 0,5°C acima da temperatura de setembro de 2020, que era até então o setembro mais quente registrado.
A temperatura média global de setembro de 2023 ficou 0,93°C acima da média de todos os setembros entre 1991-2020 (período de referência), segundo os dados do Serviço de Mudanças Climáticas Europeu Copernicus. Além disso, esta é a margem mais quente acima da média para um mês em 83 anos de registros, de acordo com o observatório europeu.
Isso é mais um sinal da velocidade com que os gases de efeito estufa (GEEs) estão alterando o nosso clima. E como vários outros recordes de temperaturas foram quebrados nos últimos meses (julho e agosto), o ano de 2023 está a caminho de ser o ano mais quente já registrado no planeta!
“Desde junho, o mundo tem experimentado um calor sem precedentes em terra e no mar. As anomalias de temperatura são enormes – muito maiores do que qualquer coisa que já vimos no ado. A extensão do gelo marinho no inverno antártico foi a mais baixa já registrada para aquela época do ano. O que é especialmente preocupante é que o evento de El Niño ainda está em desenvolvimento, e por isso podemos esperar que estas temperaturas recordes continuem durante meses, com impactos em cascata no nosso ambiente e na sociedade”, disse Petteri Taalas, Secretário-Geral da WMO.
O boletim do Serviço de Mudanças Climáticas Copernicus também destacou outros pontos-chave importantes:
Conforme pode ser observado na imagem abaixo, ambas as temperaturas mínima e máxima do ar (ºC) de setembro ficaram acima da média mensal climatológica em praticamente todo o país, principalmente em partes da região Sul, Sudeste e sul do Centro-Oeste, com valores ando de 5 graus Celsius de anomalia.
Foi um mês anormalmente quente. O calor extremo marcou presença em grande parte do país, com eventos de ondas de calor, um reflexo dos impactos do fenômeno El Niño.
Segundo nota técnica do Instituto Nacional de Meteorologia (INMET), uma onda de calor começou dia 18 pelo centro-sul do país, e a partir do dia 24 a massa de ar quente prevaleceu no centro-norte, se estendendo até as regiões Norte e Nordeste. O calor mais abrangente e intenso devido ao fenômeno foi no dia 25, com anomalias que ultraaram 7°C acima da média no Sudeste, sul da Bahia, leste de Goiás e de Mato Grosso do Sul e no centro-norte do Paraná.