2020 registrou uma temporada recorde de ciclones no oceano Atlântico Norte, com 30 tempestades nomeadas e 14 furacões. Agora, as previsões meteorológicas estão indicando que 2021 também será um ano atípico e com atividade mais intensa que o normal.
Uma equipe de cientistas da Universidade do Estado do Colorado (CSU), liderada pelo Dr. Phil Klotzbach, apontou que há condições para formação de 17 ciclones tropicais, incluindo 8 furacões e 4 super-furacões. Os números são menores que os registrados no ano ado, mas ainda assim estão acima do normal.
Já vimos, nos últimos dias, o Tufão Surigae / Bising se intensificar no oceano Pacífico e se tornar um supertufão de categoria 5, com ventos atingindo velocidades superiores a 300 km/h - O tufão mais intenso da história para o mês de Abril - portanto, realmente parece que o planeta continuará furioso em 2021.
The last 10 hours of Typhoon Surigae swirling near the Philippines. pic.twitter.com/2dczMUV0NF
— CIRA (@CIRA_CSU) April 21, 2021
A previsão leva em consideração especialmente as condições climáticas formadas pelo fenômeno La Niña, que se mantém ativo neste momento; e também as temperaturas acima da média nas águas superficiais do oceano Atlântico Norte, região que inclui o Caribe e o Golfo do México. Espera-se que o La Niña continue atuando até pelo menos o final do inverno de 2021.
As previsões da equipe indicam que há uma grande chance (70%) de um super-furacão atingir os Estados Unidos e também o Caribe (60%) este ano. São valores cerca de 40% superiores aos uma temporada típica, ou cerca de 5 ciclones nomeados a mais.
Definitivamente não é um cenário feliz para residentes da Costa do Golfo dos Estados Unidos e da região do Caribe, especialmente após temporadas tão devastadoras e atípicas nos últimos cinco anos. Onze ciclones atingiram a costa dos Estados Unidos em 2020, incluindo 6 furacões devastadores: Hanna, Isaias, Laura, Sally, Delta e Zeta.
A Organização Meteorológica Mundial (OMM) já definiu os nomes que serão utilizados ao longo desta temporada de furacões - atualizados anualmente por um comitê internacional. Um nome é dado para cada letra do alfabeto inglês. Confira a lista a seguir:
Até então, caso a lista se esgotasse em uma temporada recorde, meteorologistas começavam a utilizar as letras do alfabeto grego para nomear as tempestades - Como foi o caso da temporada de 2020. No entanto, em março deste ano, a OMM anunciou que o uso do alfabeto grego será interrompido.
A decisão vem para evitar confusões no caso de nomes aposentados - Quando uma tempestade é particularmente destrutiva e causa muitos danos, seu nome é eliminado para não ser mais usado no futuro.
Este processo é particularmente complicado e confuso quando envolve as letras do alfabeto grego. Portanto, em 2021, caso a lista de nomenclatura regular se esgote, uma lista auxiliar com outros 21 nomes próprios será utilizada no lugar das letras gregas.