15 cm de fofura: conheça o menor macaco do mundo que vive na Amazônia

Sagui-pigmeu vive nas copas da floresta amazônica, mede cerca de 15 cm, pesa pouco mais de 100 g e se alimenta de goma, insetos e frutas. Corre risco de extinção.

Sagui-pigmeu (pygmy marmoset), considerado o menor macaco do mundo Imagem: Neil Ever Osborne
Sagui-pigmeu (pygmy marmoset), considerado o menor macaco do mundo. Crédito: Neil Ever Osborne

Com aproximadamente 15 centímetros de comprimento e peso entre 100 e 120 gramas, o sagui-pigmeu (ou Pygmy marmoset) é considerado o menor macaco do mundo. Ele pertence ao gênero Cebuella e à família Callitrichidae, e habita as copas das árvores da floresta amazônica, onde sua agilidade o ajuda a se esconder entre os galhos e a escapar de predadores.

O sagui-pigmeu é nativo da Amazônia e pode ser encontrado em florestas tropicais densas do Brasil, Peru, Colômbia e Equador. Ele prefere áreas próximas a rios e de mata fechada, onde tem fácil o ao seu alimento favorito: a goma que escorre da casca das árvores.

Para obter esse alimento, o pequeno primata utiliza seus dentes afiados para perfurar a casca e extrair a substância viscosa. “Ele gosta de comer a resina pegajosa encontrada na casca das árvores, conhecida como goma. Nunca tinha visto um antes, e a ideia de um macaquinho comedor de goma parecia improvável. Mas até as formas de vida mais improváveis encontram um jeito de sobreviver”, afirmou Stella De la Torre, ecóloga da Universidade San Francisco de Quito, à revista Smithsonian.

Um estilo de vida familiar e cooperativo

Os saguis-pigmeus têm os "bigodes" brancos característicos da espécie e listras verticais Imagem: Neil Ever Osborne
Os saguis-pigmeus têm os "bigodes" brancos característicos da espécie e listras verticais. Crédito: Neil Ever Osborne

Além da goma, o sagui-pigmeu também caça pequenos insetos e consome frutas, embora com menos frequência. Sua dieta onívora permite que ele explore uma variedade de recursos alimentares na floresta. Mas sua vida vai além da alimentação: esses macacos vivem em grupos familiares coesos, com cerca de seis indivíduos.

Normalmente, os filhotes nascem em pares e são cuidados por todos os membros do grupo. “Eles são incrivelmente cooperativos. Os filhotes são amamentados pelas mães, carregados pelos pais e vigiados pelos irmãos mais velhos”, explica De la Torre. À medida que crescem, os jovens saem em busca de um parceiro para formar seu próprio grupo.

A comunicação entre os membros da família é sofisticada. Desde filhotes, os saguis emitem sons semelhantes ao balbucio humano para chamar a atenção dos pais e aprender o dialeto do grupo. Com o tempo, desenvolvem assobios, trinados e chamados que variam em frequência e duração — cada grupo possui seu próprio “idioma”.

Comunicação, habitat e risco de extinção

O macaco da espécie pygmy marmoset mede apenas 15 centímetros Imagem: Neil Ever Osborne
O macaco da espécie pygmy marmoset mede apenas 15 centímetros. Crédito: Neil Ever Osborne

Durante o forrageio, os saguis se mantêm em contato por meio de sons contínuos, mesmo à distância. Quando adultos, usam vocalizações específicas para alertar sobre perigos ou manter contato com outros membros do grupo espalhados pelas árvores.

Estudos recentes revelaram que há duas espécies distintas de sagui-pigmeu. A Cebuella pygmaea, encontrada na parte norte da Amazônia (incluindo Equador e Colômbia), e a Cebuella niveiventris, que habita áreas do Peru, Brasil e sul do Equador. Essa classificação foi confirmada por análises genéticas e cranianas realizadas em 2021.

Apesar de sua incrível adaptação, o sagui-pigmeu enfrenta sérias ameaças. A espécie é classificada como vulnerável à extinção pela União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN). O desmatamento acelerado da Amazônia, a perda de habitat e o tráfico de animais silvestres estão entre os principais fatores de risco.

“É fundamental estudar melhor cada espécie para desenvolver planos de manejo mais eficazes para sua proteção”, alerta Leila Porter, antropóloga biológica da Northern Illinois University (NIU). A conservação desses pequenos primatas depende da proteção de seu habitat e do combate às atividades ilegais que ameaçam sua sobrevivência.

Referências da notícia

UOL. 15 cm de fofura: conheça o menor macaco do mundo, que vive na Amazônia. 2025