O peixe-robô foi, em parte, inspirado pela vida marinha. O seu corpo em movimento utiliza uma estrutura semelhante a uma substância naturalmente forte e flexível encontrada na superfície interna das conchas de amêijoa: a madrepérola.
A madrepérola, também conhecida como nácar, é um material em camadas que se parece quase com uma parede de tijolo sob o microscópio. É nesta estrutura que a equipe se inspirou para o desenvolvimento do robô, pois as camadas deslizantes permitiram-lhe mover a sua cauda.
Agora que a equipe já provou que este conceito funciona, irão desenvolver a capacidade de mergulhar mais fundo e transportar mais microplásticos para fora do oceano.
Todos os produtos que contêm plástico podem liberar quantidades microscópicas de detritos plásticos, que são chamados microplásticos. Estes pequenos pedaços de material - de tamanho inferior a 5mm - se acumulam no fundo do mar. Lá, podem ser confundidos com comida e ficar presos no tubo digestivo de um animal.
Alguns plásticos foram tratados antes da sua utilização e, à medida que o seu revestimento se degrada, pode liberar produtos químicos tóxicos na água que envenenam a vida marinha na região.
Não se sabe exatamente a quantidade de plástico que existe nos oceanos do mundo. Os números mais recentes, publicados em 2015, estimam que algo entre 4,8 e 12,7 milhões de toneladas de plástico entram todos os anos nos mares.
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— Enchanted Tools - Useful & marvelous robotics (@EnchantedTools) July 1, 2022
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Embora a redução de resíduos plásticos e a filtragem das águas residuais antes de chegarem ao oceano possam ajudar a diminuir a quantidade de microplásticos nos nossos mares, a limpeza da água já contaminada é difícil. As pequenas partículas podem se alojar nas fendas do fundo do mar, áreas de difícil o para robôs grandes e inflexíveis.
Este novo peixe-robô tem apenas 13 mm de comprimento. O seu design inteligente também lhe permite nadar em todas as direções, utilizando uma fonte de luz como potência. Quando um laser é utilizado na cauda do peixe, a luz deforma o material, provocando a sua curvatura. Fazendo isso repetidamente, fará com que a cauda se abane de um lado para o outro e o peixe robotizado possa nadar a distância de até 2,67 vezes o seu comprimento, por segundo.
O seu corpo também contém moléculas que são ligeiramente carregadas negativamente, que atraem as partes dos microplásticos que são carregadas positivamente. Isto significa que o peixe-robô é tão "pegajoso", que não precisa se aproximar muito de cada microplástico para o recolher.
No entanto, a equipe apenas testou os peixes em microplásticos que flutuam na água. O próximo teste será para ver se o robô consegue atrair plástico em uma área tão desafiante como o fundo do mar.