Mudanças climáticas são transformações a longo prazo nos padrões de temperatura e, consequentemente, do clima. Essas mudanças podem ser naturais; mas, desde 1800, as atividades antropogênicas têm sido sua principal impulsionadora. De acordo com a NASA, a última década tem sido a mais quente já registrada, com recordes de temperatura sendo batidos constantemente. O clima do planeta está mudando significativamente:
A estimativa é que até 2050 haverá mais de 200 milhões de refugiados climáticos, destinados principalmente às partes mais pobres do mundo. As principais evidências e efeitos das mudanças climáticas consistem em:
Como consequência, pela primeira vez na história o Reino Unido (Escócia, Inglaterra, Irlanda do Norte e País de Gales) registrou temperaturas acima de 40°C. A massa de ar quente vinda do deserto do Saara atravessou o Mediterrâneo - onde sua temperatura chegou a 30°C - em direção à Europa, com temperaturas chegando a 47°C em Portugal. Valores superiores a 40°C também foram registrados na França e Espanha.
Temperaturas elevadas, próximo aos 40°C, são facilmente atingidas no verão brasileiro. Por que, então, elas são piores de serem enfrentadas na Europa? Além de os eventos climáticos extremos no Hemisfério Norte serem intensificados pela sua continentalidade em relação ao Hemisfério Sul, existem questões estruturais e naturais que se baseiam nessa resposta.
Uma das principais diferenças é a umidade do ar, já que no Brasil o calor é mais úmido, diferente do calor europeu. O calor seco faz com que nosso corpo perca mais líquido para a atmosfera, que tem menos vapor d’água no ar; intensificando os problemas de desidratação e insolação, já que o corpo tem mais dificuldade em equilibrar a temperatura interna.
Outra justificativa consiste na falta de estrutura contra o calor, uma vez que as casas europeias são historicamente projetadas para manter os moradores aquecidos, e não o contrário. Adicionalmente, a vegetação entre Brasil e Europa é bastante diferente; como exemplo, a umidade fornecida pela Amazônia, que impacta o clima em todo território brasileiro.
#IPCCs #ClimateReport on the physical science basis of #climatechange shows that we can expect to see an increase in the frequency of extreme events such as #HeatWaves.
— IPCC (@IPCC_CH) July 21, 2022
@WMO SG Petteri Taalas talks about the record heat in the UK.
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Além dos incêndios florestais e da morte de centenas de pessoas devido à insolação. O estresse pelo calor intensifica outros problemas de saúde, como asma, doenças cardíacas e mentais. Como o fator “calor” nem sempre é mencionado nos atestados de óbito, dificulta a avaliação do quão grave essa situação é para a saúde humana.
Os estudos publicados em revistas científicas mostram que 97% ou mais dos cientistas climáticos que publicam ativamente concordam entre si, enfatizando que não é mais uma questão de educação acreditar nas mudanças climáticas. A incerteza é inerente à ciência; mas, as oposições às políticas de mitigação das mudanças climáticas são atitudes públicas desastrosas que divergem do consenso científico.
Apesar desse consenso das comunidades científicas sobre mudanças climáticas, muitos mantêm uma visão anti-consensual, que vem sendo atribuída à falta de conhecimento de não especialistas.
De acordo com um estudo publicado recentemente na Science Advances, pessoas com níveis mais altos de oposição têm os níveis mais baixos de conhecimento objetivo (conhecimento real baseado em evidências) e os níveis mais altos de conhecimento subjetivo (avaliações individuais do seu próprio conhecimento). Além disso, aqueles com visões mais extremistas estão menos propensos a aprender as lacunas presentes em seus conhecimentos.