Este início de verão está causando estranhamento, especialmente para as pessoas que vivem no centro-sul do Brasil. Logo no início da estação, por exemplo, o Sudeste registrou uma queda nas temperaturas e pessoas saíram de blusa nas ruas em algumas cidades.
Isso nos leva a questionar: O que será do verão no Brasil? Será que este trimestre Janeiro - Fevereiro - Março (JFM) será mais frio que o normal? Será que não registraremos um verão escaldante como ocorreu nos últimos anos?
Observar e analisar as previsões climáticas mais recentes pode nos dar um bom panorama do que esperar para este verão. Confira:
A temperatura superficial dos oceanos causa um grande impacto climático ao redor de todo o mundo. Na região do Oceano Pacífico Equatorial, por exemplo, é possível perceber a presença de uma grande região com temperaturas mais baixas que o normal. Essa faixa de cor azulada caracteriza a atuação do La Niña, que continuará ativo ao longo deste verão.
O La Niña deve auxiliar na formação de precipitação sobre as regiões Norte e Nordeste, um padrão que já começamos a observar nos últimos meses - quando praticamente todos os Estados destas regiões registraram volumes de chuva acima da média. Por outro lado, o La Niña pode fazer com que o Sul sofra com chuvas reduzidas e temperaturas acima da média.
Já o Atlântico Sul, oceano que banha as costas brasileiras, continuará aquecido em praticamente toda a sua extensão. Essa anomalia favorece o transporte de umidade para a atmosfera, alimentando sistemas meteorológicos que causam chuvas no país, o que potencializa o impacto do La Niña no Norte e no Nordeste.
Nas regiões Sul e Sudeste, o mesmo favorecimento à formação de chuvas acontece, e pode em parte balancear o impacto do La Niña. As previsões climáticas de pressão ao nível do mar indicam uma formação mais frequente de sistemas transientes como ciclones e frentes frias, capazes de transportar chuvas para a região.
Esse comportamento se traduz em uma tendência de chuvas dentro a acima da média em praticamente todo o país ao longo deste verão. Embora haja possibilidade de secas e chuvas reduzidas na Argentina, o Sul do Brasil será menos afetado pelo La Niña, e os acumulados totais devem permanecer dentro da média.
Enquanto isso, no Norte e no Nordeste, as chuvas vêm de forma mais intensa e frequente que o normal. Por um lado, os altos acumulados podem ocasionar enchentes na Amazônia. Por outro lado, no entanto, o fenômeno pode ser bastante benéfico para a parte semiárida do País.
Vale notar que estas previsões indicam médias para todo o período de três meses do verão. Este é um grande indicativo do comportamento climático geral, mas NÃO SIGNIFICA que variações não possam ocorrer no meio do caminho, como semanas mais secas ou mais chuvosas, por exemplo.
A influência do La Niña promete ainda trazer temperaturas acima da média para o Sul, ocasionando um verão mais quente que o normal especialmente no Rio Grande do Sul. O mesmo comportamento poderá ser observado no Sudeste, onde as temperaturas tendem a ficar mais quentes que o normal.
Enquanto isso, a formação mais frequente de nuvens e chuva no centro-norte do país deve fazer com que as temperaturas permaneçam dentro a abaixo da média, ocasionando uma estação com temperaturas mais amenas.
Vale notar, novamente, que estas previsões indicam médias para todo o período de três meses do verão. Embora sejam indicativos bons do comportamento climático geral, ainda podem haver variações no meio do caminho, como semanas mais frias no Sul e Sudeste, por exemplo.
Para conferir as previsões com maiores detalhes, não deixe de acompanhar as atualizações climáticas mensais aqui no site da Meteored | Tempo.com.